Utilizado pela maior parte da população, o ônibus é a opção mais econômica entre os meios de transporte, enquanto o mototáxi é o mais caro. Além disso, táxi, carro próprio e serviços de corrida por aplicativos também pesam no bolso do brasileiro. É o que mostra pesquisa da CNT.
Na hora de colocar no papel as despesas do mês é que temos uma noção do quanto os deslocamentos diários podem pesar no orçamento.
Para quem tem carro, gastos com combustível, manutenção e impostos fazem parte da rotina. Mas quem não tem um automóvel também precisa reservar uma quantia mensal para o transporte, seja para viagens de ônibus ou corridas por aplicativos.
O fato é que, a maioria dos brasileiros, quando perguntados sobre quais os meios de transporte têm os maiores custos no dia a dia, são categóricos em afirmar: táxi e carro próprio, seguido por serviços por aplicativos, lideram os gastos.
Foi o que constatou a Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Para os entrevistados, as despesas diárias com táxi chegam a R$ 45,69, com carro próprio R$ 29,91 e com serviços oferecidos por apps (Uber, Cabify etc) R$ 26,77.
Mototáxi é mais caro do que ônibus
Com o crescimento dos serviços de transporte por moto por aplicativo, os mototáxis, os preços das corridas também dispararam, possivelmente devido aos sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis nos últimos anos.
Só para se ter uma ideia, a CNT, ao traçar um comparativo com a pesquisa de 2017, verificou que, na ocasião, a moto havia representado a opção com menor custo médio diário (R$ 4,06/dia), enquanto na atual pesquisa, este meio apresentou valor mais elevado (R$ 10,79/dia) que todos os meios de transporte público coletivo.
Isto é, andar de mototáxi já é mais caro que andar de ônibus no Brasil.
Ônibus é o meio de transporte mais acessível
Diante dos altos custos com táxi, carro próprio e serviços por aplicativo de carro e moto (mototáxi), o ônibus é a solução encontrada pela maior parte da população para reduzir os gastos com transporte.
No Sistema Transcol, por exemplo, é possível circular por toda a Região Metropolitana da Grande Vitória pagando uma única tarifa, independente da distância, dos custos e do horário da viagem, diferente do que ocorre com outros meios de transporte, como os automóveis. Isso é possível utilizando os terminais de integração, antes do desembarque final.
Assim, se o cidadão quiser ir de Praia Grande, em Fundão, até Setiba, em Guarapari, ele pagará somente uma única passagem no Transcol, num trajeto de aproximadamente 100 quilômetros.
Percebe como o ônibus é economicamente mais viável? E não é só na Grande Vitória.
Segundo a pesquisa da CNT, o ônibus não é só o meio de transporte mais utilizado pelos brasileiros – apesar de ter perdido bastante participação nos deslocamentos pelas cidades -, mas é a única alternativa disponível para mais de 52% dos entrevistados.
Isso, somado ao menor custo em relação aos outros meios e o menor tempo de espera e de viagem em relação aos outros tipos de transporte, explicam por que o transporte público por ônibus lidera entre as famílias.
E mais: o coletivo é responsável por 80% dos deslocamentos realizados por usuários das classes C e D/E, o que revela a importância do ônibus como um modo de deslocamento acessível às classes sociais com menor poder aquisitivo.
Transporte público coletivo deve ser prioridade
Os dados trazidos pela pesquisa CNT também reforçam a necessidade da implantação de medidas voltadas para o desenvolvimento de infraestrutura adequada, com foco na melhoria da eficiência da prestação do serviço e na promoção da modicidade tarifária.
Afinal, é preciso atender – e atender com qualidade – a maior parte da população, que é quem de fato utiliza o coletivo.
É nesse sentido que é tão importante priorizar o transporte público por ônibus no planejamento urbano, a fim de tornar esse meio uma opção viável e atrativa para os cidadãos.
Na prática, significa investir na implantação de faixas exclusivas, como a Linha Verde, na Terceira Ponte, além de corredores de ônibus e estações bem localizadas, com a utilização de sistemas integrados de transporte.
Essa, talvez, seja a alternativa para reverter a queda na demanda por ônibus verificada nos últimos anos, o que pode ser explicada, segundo a pesquisa, pelo crescimento da utilização do carro próprio, que subiu de 22,2% para 29,6%; da moto própria, que teve a sua utilização mais que duplicada, saindo de 5,1% para 10,9%; e dos serviços oferecidos por aplicativos, que tinham uma utilização praticamente inexistente em 2017 (1,0%), mas que atingiu 11,1% em 2024. A realização de deslocamentos a pé manteve-se estável.
Enquanto isso, 30,9% dos entrevistados afirmaram utilizar mais os ônibus, uma diferença muito pequena em relação a quem prefere optar pelo carro próprio (29,6%).
Confira aqui matéria em nosso site que mostra outros benefícios do ônibus em relação a outros meios de transporte, e aproveite para mudar de hábitos, trocando o carro pelo transporte público coletivo. #VáDeTranscol