Criado em 16 de dezembro de 1985, o vale- transporte impacta a vida de milhares de trabalhadores brasileiros, promovendo o acesso ao transporte coletivo e a inclusão social. O benefício é obrigatório para qualquer profissional com carteira assinada.
Se você é da turma que vai e volta de ônibus do serviço, certamente já utilizou o vale-transporte. Todo profissional que trabalha com carteira assinada, seja de forma fixa ou temporária, tem direito ao benefício.
Obrigatório desde 1987, sua história, no entanto, vem antes disso. Criado pelo governo federal dois anos antes, a partir da publicação da Lei n° 7.418, o vale-transporte surgiu como uma forma de compensar os trabalhadores diante da alta inflação e da imprevisão de reajuste salarial, muito comuns na época. São 39 anos de existência, comemorados no dia 16 de dezembro.
Sua criação foi um marco para as conquistas trabalhistas e sociais, consolidadas com a Constituição de 1988. Os trabalhadores com menos renda, que antes investiam até 30% do salário com transporte, passaram a gastar apenas 6% do valor, já que os custos com o transporte dos funcionários passaram a ser divididos entre empregadores e empregados.
Mas até chegar a essa realidade, foi preciso percorrer um longo caminho.
História
ideia do vale-transporte veio do modelo francês, financiado entre governo, empregadores e passageiros.
No Brasil, entretanto, com as negativas do governo, à época, em fazer parte do financiamento, foi desenvolvida a ideia de um vale-transporte em que o empregador repassasse o bilhete diretamente a seus empregados, sem a intervenção do governo. A proposta foi consolidada e o custo do serviço passou a ser dividido entre empregadores e empregados de forma justa.
Assim, prevaleceu, a consciência de que a obrigatoriedade do vale-transporte representava um benefício social aos trabalhadores.
Benefícios
Além de garantir que o empregado tenha condições de ir e voltar do local de trabalho, o vale-transporte estimula o setor dos transportes urbanos por ônibus, ao mesmo tempo que contribui para promover a inclusão social.
O motivo? O trabalhador não compromete parte considerável do seu salário para arcar com o deslocamento até o trabalho, podendo investir em outros segmentos, como educação, saúde e lazer.
E isso ocorre, principalmente, em alguns segmentos, como na construção civil, serviços e indústria, por exemplo, em que grande parte dos trabalhadores utiliza o ônibus para ir e voltar do trabalho.
Na Região Metropolitana da Grande Vitória, 1 milhão de trabalhadores usam o vale-transporte no Sistema Transcol.
Bilhetagem eletrônica
Lembra daqueles antigos bilhetes de papel que a gente recebia na empresa? Então, com a tecnologia, a coisa ficou muito mais prática. O vale-transporte hoje é carregado em cartões eletrônicos, facilitando a vida de quem precisa de mobilidade e dando mais controle tanto para o trabalhador quanto para as empresas.
Assim, com a transição do vale de papel para a bilhetagem eletrônica, no início dos anos 2000, a concessão do benefício tornou-se mais prática e segura.
Em caso de roubos e extravios, os créditos existentes são recuperados assim que o cartão é bloqueado. Além disso, o trabalhador não precisa mais perder tempo contando dinheiro para pagar a passagem. Com o bilhete único, basta apresentar o cartão no validador dentro do ônibus e, pronto, catraca liberada! Isso reduziu e muito as filas no embarque.
Resumindo: o sistema eletrônico diminui a corrupção, o comércio ilegal e a ação dos transportadores pirata.
A cidade de Campinas, no estado de São Paulo, foi a primeira a introduzir a bilhetagem eletrônica no sistema de cobrança de passagens. Hoje, a maioria dos estados brasileiros utiliza o sistema, entre eles, o Espírito Santo, na Grande Vitória, com o CartãoGV, no Sistema Transcol.
Sem dúvida, a criação do vale-transporte confunde-se com a história trabalhista da população brasileira. E o GVBus celebra com alegria esse marco tão importante!
