Skip to main content

A diminuição da circulação de carros nas vias, a preferência e o investimento no transporte coletivo de massa são algumas das saídas apontadas por especialistas para uma mobilidade sustentável

O consumo de combustível por veículos particulares é a principal fonte de poluição do ar nas cidades brasileiras, o que colabora não só para o aumento da poluição do ar, mas também impacta na saúde das pessoas. No Brasil, de acordo com estudo do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) de 2015, a área de transportes respondia por 44% da queima de combustíveis fósseis; outro estudo, de 2016, demonstrou que 77% desse total era oriundo do transporte individual motorizado.

Para reduzir as emissões de poluentes atmosféricos relacionados à mobilidade urbana, o coordenador de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), David Shiling Tsai, aponta três grandes tipos de ação, conhecidas como Avoid-Shift-Improve (ASI) – Evitar-Mudar-Melhorar, na tradução do inglês. “Isso significa que as políticas públicas para reduzir a poluição devem objetivar evitar viagens motorizadas (avoid), mudar a forma de deslocamento para meios de transporte mais eficientes (shift) e melhorar tecnologias utilizadas em mobilidade (improve)”.

Dentro do conjunto de alternativas se enquadram a oferta de transporte público coletivo de qualidade e a melhoria das condições para a circulação de modos de transporte não poluentes, como a caminhada e a bicicleta. Tradicionalmente o controle da poluição veicular foi focado na evolução tecnológica de motores e sistemas de controle de emissões dos escapamentos. Hoje há uma visão mais integrada que enxerga também o planejamento urbano e o planejamento da mobilidade como formas de reduzir a necessidade de grandes deslocamentos dos moradores de uma cidade, assim como garantir a priorização de modos coletivos, que são menos intensivos em emissões, e os modos de transporte ativo, que não emitem poluentes.

A diminuição da circulação de carros nas vias, a preferência e o investimento no transporte coletivo de massa são algumas das saídas também defendidas pelo coordenador do Laboratório de Estratégias Integradas da Indústria da Mobilidade – MobiLab da Poli-USP e professor do Departamento de Engenharia de Produção da Poli, Mauro Zilbovicius.

“O brasileiro passa muitos dias preso no trânsito. As respostas são várias, mas é necessário priorizar o transporte público efetivamente. O que significa priorizar? Deve-se resolver a disputa que acontece a cada momento na cidade em relação ao espaço público, nas ruas e avenidas entre o transporte por ônibus e o transporte individual por automóvel. Tem que ter corredor exclusivo para ônibus, tem que ter muito mais faixas exclusivas porque a única maneira do transporte público competir com o automóvel é no tempo”.

*Matéria completa foi originalmente publicada pela Revista NTUrbano, n° 54, páginas 42 a 46.

Comunicação GVBus

Autor Comunicação GVBus

Mais posts de Comunicação GVBus