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As atividades desenvolvidas por elas vão desde funções tradicionalmente ocupadas por mulheres, até aquelas ainda dominadas por homens, como motorista de ônibus, fiscal e profissional do setor de manutenção. Conheça as histórias de colaboradoras que chamam a atenção pelo trabalho dentro das empresas de transporte público coletivo capixaba

Durante muitos anos, funções como a de motorista de ônibus, fiscal e controlador de manutenção, por exemplo, foram ocupadas apenas por homens. Às mulheres, eram reservados os trabalhos domésticos e cuidar do marido e dos filhos. Pensava-se que o homem teria mais força ou habilidade para certos trabalhos em relação a mulher, um argumento que, hoje, já se mostrou totalmente equivocado. Prova disso, são as colaboradoras das empresas que operam o Sistema Transcol!

Ao todo, mais de 1.130 mulheres trabalham no sistema. São assistentes administrativas, auxiliares de limpeza, motoristas de ônibus, fiscais e controladora de manutenção, só para citar algumas das funções. Muitas destas mulheres começaram nas empresas em outras atividades e, com dedicação e profissionalismo, agarraram as oportunidades que surgiam.

Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, em 8 de Março, além das homenagens feitas pelas empresas operadoras, nós, do GVBus, preparamos este artigo com histórias de colaboradoras que se destacam no transporte público coletivo da Região Metropolitana da Grande Vitória. Confira:

De cobradora a motorista de ônibus

Há 21 anos no Sistema Transcol, Célia Regina de Araújo conta com orgulho sua trajetória no transporte público capixaba. De cobradora nos coletivos, ela atuou como manobreira, até se tornar motorista de ônibus na Viação Praia Sol.

Ao todo, 102 mulheres trabalham como motoristas de ônibus no sistema. O preconceito, segundo Célia, infelizmente ainda existe. Mas o reconhecimento supera qualquer obstáculo. “Eu recebo muitos elogios dos passageiros, inclusive de homens, sobre a direção do veículo, o tratamento. Eles falam que a mulher é mais compreensiva, cautelosa, respeitosa. Meu relacionamento com os colegas de trabalho também é ótimo. Mas já tiveram pessoas que tentaram me desanimar. Só que minha força foi sempre maior. A gente ainda enfrenta o preconceito, mas a melhor parte é o reconhecimento”, afirmou.

As atividades desenvolvidas por elas vão desde funções tradicionalmente ocupadas por mulheres, até as ainda dominadas por homens, como motorista de ônibus

Célia Regina trabalha há 21 anos no Sistema Transcol

Segundo Célia, muitos passageiros chegam até a ficar fascinados, incluindo as mulheres, que, ao encontra-la conduzindo um ônibus, se sentem encorajadas a lutar pelos sonhos. E não é incomum que os passageiros colaborem com o trabalho da motorista. É o que relata a condutora, ao contar uma situação excepcional que vivenciou nesta quarta-feira (08), justamente no Dia da Mulher.

“Durante uma viagem, por volta de 7h30, uma gestante entrou em trabalho de parto no meu ônibus. Naquele momento, eu pude sentir, mais ainda, a solidariedade dos passageiros. Eu, mais do que depressa, entrei em contato com a empresa, colocamos o ônibus com placa de especial, e fomos para o hospital. Mas eu sabia como estava o trânsito, congestionado, e, então, resolvi ir direto para a maternidade. Todos os passageiros colaboraram, não reclamaram, alguns pediram para desembarcar antes, por conta própria, tudo com respeito. Foi um dia muito especial”, contou a colaboradora, bastante emocionada.

A rotina no setor de manutenção

Mirieli Cezati é uma das nove mulheres que trabalham na Unimar Transporte, no setor de manutenção, em que, segundo ela, quase 100% dos colaboradores são homens. Mas isso não é problema para a funcionária. Controladora de manutenção sênior desde o ano passado, até então ela atuava na empresa como Técnica em Segurança do Trabalho. Já são mais de dez anos de serviços prestados.

“Amo o local em que trabalho e a função que exerço. E trabalhar no sistema é um desafio e tanto. Ser mulher em um ambiente predominantemente ocupado por homens, requer de nós, mulheres, uma postura diferenciada. Temos, que acima de tudo, nos respeitar e impor respeito. Temos que ser persistentes e perseverantes para evidenciar que nossas conquistas são frutos de nossas competências e habilidades, pois ainda sofremos preconceito e discriminação”, disse Mirieli.

As atividades desenvolvidas por elas vão desde funções tradicionalmente ocupadas por mulheres, até as ainda dominadas por homens, como motorista de ônibus

Terceira da esquerda para a direita, abaixada, Mirieli Cezati, junto a outras colaboradoras do setor de manutenção da Unimar

A colaboradora conta algumas situações pelas quais já passou por atuar em uma área predominantemente masculina. “Isso acontece não apenas por eu ser mulher, mas, também, por estar cercada de homens com muitos anos de experiência na área. Já passei por várias situações nas quais surgiram frases como ‘(…) é mulher e nem tinha nascido quando comecei a trabalhar (…)’. Tais situações são revertidas quando as pessoas passam a conhecer nosso trabalho e nosso caráter e todo esse pré-conceito se desfaz, mas é algo que requer paciência e persistência” comentou.

As atividades desenvolvidas por elas vão desde funções tradicionalmente ocupadas por mulheres, até as ainda dominadas por homens, como motorista de ônibus

Mirieli Cezati

Realidade bem diferente de anos atrás

Hoje estou com a oportunidade de entrar na escolinha para motorista, e se for da vontade de Deus, passarei a atuar nessa profissão”. A expectativa é de Josiane Almeida, fiscal na Expresso Santa Paula. Ansiosa com a possiblidade de conseguir uma nova colocação dentro da empresa, ela conta que não chegou a sofrer preconceito por trabalhar em um ambiente predominantemente masculino, mas admite que precisou se adaptar à função.

As atividades desenvolvidas por elas vão desde funções tradicionalmente ocupadas por mulheres, até as ainda dominadas por homens, como motorista de ônibus

Josiane Almeida tem a expectativa de se tornar motorista de ônibus

“Entrei no sistema em 2006, como cobradora, e, após um período, passei pelo setor de conferência e, por fim, em 2008, para a fiscalização. No começo, fiquei meio perdida. Mas, com o passar do tempo, fui me adaptando.

Quem também entrou no Sistema Transcol como cobradora, uma das primeiras a ocupar a função na Serramar Transporte Coletivo, é Fabiane Pesse. Fiscal no Terminal de Jacaraípe, na Serra, a colaboradora descreve como a realidade mudou quando o assunto é igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

“Quando eu entrei na Serramar, há quatorze anos, 95% dos funcionários eram homens. A gente chegava na garagem não havia banheiro feminino. Apenas algumas pessoas do RH (Recursos Humanos) eram mulheres. Cobradora não havia, e fiscal muito menos. Então, a gente foi conquistando o nosso espaço e acho que conseguimos, pois, hoje, creio que mais da metade dos funcionários da empresa são mulheres”, afirmou Fabiane.

As atividades desenvolvidas por elas vão desde funções tradicionalmente ocupadas por mulheres, até as ainda dominadas por homens, como motorista de ônibus

Fabiane Pesse foi uma das primeiras cobradoras na empresa Serramar

Educação, ética e persistência são a chave para o sucesso

Em outros setores mais tradicionalmente ocupados por mulheres, também há colaboradoras que se destacam na profissão. Raiza Pezzin é assistente de departamento pessoal na Viação Satélite há treze anos, e considera tranquilo trabalhar no segmento de transportes, ainda dominado por homens.

“Todos com quem eu trabalho são super respeitosos, educados, reconhecem o meu trabalho.

As atividades desenvolvidas por elas vão desde funções tradicionalmente ocupadas por mulheres, até as ainda dominadas por homens, como motorista de ônibus

Raiza Pezzin é assistente de departamento pessoal na Viação Satélite

Seja qual for a função que a mulher ocupa no mercado de trabalho, um ponto em comum entre as colaboradoras entrevistadas é o recado que elas passam para outras mulheres que, assim como elas, sonham em conquistar melhores oportunidades profissionais: ter educação, ética, ser prestativa e fazer sempre o melhor são fundamentais, segundo Raiza.

Célia Regina, a motorista de ônibus que abriu o nosso artigo, faz coro à colega. “Nós, mulheres, nunca devemos desistir, porque barreiras vamos encontrar a todo instante. Vamos encontrar pessoas que infelizmente vão querer nos derrubar. Mas a gente aprendeu a ser guerreira. Não é qualquer coisa que vai destruir nossos sonhos, porque nascemos para vencer”, concluiu.

 

Comunicação GVBus

Autor Comunicação GVBus

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