Sistema reúne o que há de mais moderno no mundo em termos de eficiência energética e baixo consumo de combustível. Aplicado a veículos pesados, como ônibus e caminhões, os motores Euro 6 são um verdadeiro aliado no controle da poluição do ar
Uma das grandes apostas do setor de transportes quando o assunto é sustentabilidade, os motores Euro 6 vieram mesmo para ficar. E não é à toa. Além de emitirem menos poluentes na atmosfera, eles possuem melhor desempenho se comparado aos demais motores, e também maior vida útil, o que reduz os gastos com manutenção.
A explicação para tantos benefícios está no uso de tecnologias e protocolos que buscam diminuir a liberação de gases do efeito estufa, produzidos pela queima de combustível. Um exemplo é que nos veículos certificados como Euro 6 é obrigatório o uso de diesel com teor reduzido de enxofre. É aí que entra o diesel S-10, tão popular e acessível quanto o diesel comum (S500), mas muito mais limpo e ecológico, com capacidade, inclusive, de agir como um solvente de impurezas e, por isso, indicado para abastecer veículos com essa motorização.
No Sistema Transcol, parte da frota em operação atende aos padrões Euro 6. Aliás, os novos coletivos adquiridos este ano já vieram com a nova motorização.
“Com isso, temos um ganho de eficiência nos veículos, ao mesmo tempo que contribuímos para minimizar os danos ao meio ambiente e, consequentemente, à saúde e qualidade de vida da população”, afirma o membro do comitê executivo do GVBus, Anderson Lopes.
Normas mais rígidas para emissão de poluentes
Mas o sistema Euro 6 vai muito além da motorização. Trata-se, na verdade, de um conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para veículos pesados, equipados com motores a diesel, como ônibus e caminhões.
Implantado em 2014, na Europa, foi somente em janeiro de 2022 que a regulamentação começou a vigorar no Brasil, inicialmente, para os novos modelos de ônibus e caminhões, e, a partir de janeiro de 2023, para os demais veículos. Até então, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão responsável pela Política Nacional do Meio Ambiente, utilizava como referência o sistema Euro 5.
O Euro 6 usa as mesmas tecnologias que foram desenvolvidas para atender ao sistema Euro 5: a Redução Catalítica Seletiva (SCR) e a Recirculação de Gases da Exaustão (EGR). A diferença é que a nova regulamentação exige o uso das duas tecnologias ao mesmo tempo, sendo, ainda, mais rígida e mais assertiva, na medida em que corrigiu problemas constatados nos testes de avaliação da fase anterior.
Redução Catalítica Seletiva (SCR)
O SCR é a sigla em inglês para Selective Catalytic Reduction, ou Redução Catalítica Seletiva. É um sistema que reduz as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) dos veículos a diesel, contribuindo significativamente para diminuir a poluição do ar.
Redução de Gases da Exaustão (EGR)
No sistema EGR, a redução da emissão de poluentes ocorre por meio da recirculação dos gases e da diminuição da temperatura interna da câmara de combustão. Desse modo, apenas parte das fumaças pretas emitidas por ônibus e caminhões são lançadas no ar.
Esse processo, aliado a um catalisador de oxidação de diesel e filtro para material particulado, permite que o veículo atinja os níveis de emissões de óxidos exigidos.
Proconve P-8
Vale lembrar que, no Brasil, o Euro 6 também é conhecido como a oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), criado em 1986, pelo Conama.
Na prática, o programa busca conscientizar sobre a poluição do ar por veículos automotores e promover a melhoria das características técnicas dos combustíveis líquidos disponíveis para a frota nacional, a fim de reduzir os poluentes emitidos na atmosfera.