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“É preciso pensar em uma ampla rede de mobilidade a partir do uso de novas tecnologias”, diz presidente da associação, que acredita na inovação para reestruturar o setor.

Em entrevista ao O Diário do Transporte, Otávio Cunha, presidente executivo da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), entidade que reúne mais de 500 viações em todo o país, falou sobre a importância da tecnologia para o setor do transporte coletivo, e até que ponto ela pode ser utilizada não somente para reduzir custos operacionais, mas principalmente para ajudar no redesenho dos sistemas de transporte.

O jornalista Alexandre Pelegi, especializado em transportes e autor da entrevista, lembra que o segmento de transporte coletivo sobre pneus vive uma situação difícil: “engessado por licitações que perduram por longos períodos, estas não permitem às empresas acompanharem as constantes mudanças da economia, as inovações tecnológicas e o comportamento dos passageiros. O poder concedente, por sua vez, tem enfrentado dificuldades imensas para elaborar os editais, como até mesmo para levar as licitações a bom termo. São Paulo é o exemplo mais recente, após anos de percalços e judicializações que atrasaram o processo por anos”.

Ao blog, Otávio Cunha lembra que o advento das chamadas tecnologias disruptivas é o contraponto para essa realidade estática do setor: sem maleabilidade para alterar políticas tarifárias, nem agilidade no oferecimento de serviços que atendam melhor aos passageiros, as empresas de ônibus vêm sofrendo forte perda na demanda de passageiros, com um custo crescente em suas operações, o que coloca o próprio negócio, e portanto o serviço, em risco. Enquanto o usuário tem a cada dia mais liberdade de escolha do modo como pretende se locomover na cidade, o transporte coletivo fica preso a uma enorme falta de agilidade para atender às mudanças exigidas pelos seus clientes.

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O presidente da NTU dá exemplos, como a experiência levada a cabo por Campinas, que prevê em sua próxima licitação incorporar as mudanças tecnológicas como uma marca que permita maior elasticidade ao segmento. Otávio acredita que a tecnologia no mundo do transporte é algo que veio para ficar, e o setor não pode permanecer indiferente a isso, “porque grandes mudanças estão para acontecer no mundo da mobilidade”, acredita Otávio Cunha, citando os serviços de transporte sob demanda, que começaram como serviços para atendimento individual e estão utilizando a plataforma para avançar no segmento coletivo.

Inovação

Diante de tamanho desafio, o transporte público precisa inovar. Um case de inovação citado por ele foi o lançamento em Goiânia do City Bus 2.0, “um serviço complementar ao transporte público regular, ofertado sob demanda com veículos de maior capacidade, 14 passageiros, que faz trajetos de curta distância, a um custo um pouco maior, mas com tarifas dinâmicas, pois a tecnologia permite isso”.

“Essas alternativas seriam operadas com tarifas diferenciadas, compondo uma ampla malha de transporte e mobilidade, mantendo-se por outro lado a rede básica, com custo baixo e com qualidade para torná-la novamente atrativa”, conclui o presidente executivo  da NTU.

Otávio acredita que é possível “fechar essa conta”, garantindo que a costura de diferentes serviços de transporte, que funcionem de forma complementar, compondo uma ampla rede de ofertas para diferentes clientes, é a melhor saída para garantir a existência de um transporte básico a baixo custo e com qualidade.

“Mas para isso é preciso que o gestor público saiba utilizar a inovação e a tecnologia como ferramentas de construção dessa nova realidade. Sem isso, continuaremos falando da necessidade de se criar fundos para subsidiar o transporte”, afirma Otávio. Alterar o formato das futuras licitações é a primeira medida.

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Comunicação GVBus

Autor Comunicação GVBus

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