As faixas exclusivas para ônibus reduzem o tempo de viagem, promovem a sustentabilidade e aumentam a segurança viária, tornando as cidades mais eficientes, sustentáveis e inclusivas. Veja por que elas são construídas para priorizar o transporte público coletivo.
Cercadas por controvérsias e debates sobre sua eficácia e utilidade, as faixas exclusivas para ônibus reúnem uma série de motivos que justificam a presença dessas vias e destacam sua importância para o sistema de transporte urbano.
Apesar disso, ainda há pessoas que insistem em desrespeitar as normas de trânsito, ao utilizar essas pistas para o tráfego de veículos não permitidos.
Veja, por exemplo, a Terceira Ponte. De janeiro a maio de 2024, 164 motoristas foram autuados por uso indevido da Linha Verde, a faixa exclusiva implantada em agosto do ano passado. Os dados são da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) e foram divulgados por veículos de comunicação locais.
Mas, por qual motivo, afinal, reservar uma pista inteira para o tráfego de ônibus?
Impactos positivos na mobilidade
As faixas exclusivas não nasceram de um dia para o outro. Só para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, elas existem desde a década de 1930; no Brasil, surgiram entre as décadas de 1970 e 1980.
E são inúmeros os relatos de experiências positivas. A questão é simples: com o aumento do tráfego e a escassez de espaço nas cidades, é essencial garantir que os ônibus, que transportam um grande número de passageiros de uma só vez, possam circular de maneira rápida e eficiente.
Ou seja, ao trafegar por faixas que priorizam os ônibus, os sistemas de transporte público coletivo podem oferecer um serviço mais pontual e confiável aos passageiros.
E não é só. O aumento da velocidade operacional, a redução dos custos e a melhoria da qualidade dos serviços ofertados à população também são alguns dos benefícios vivenciados por cidades que já utilizam as faixas exclusivas, segundo levantamento da Associação Nacional de Transportes.
Na Terceira Ponte, ônibus, táxis, motos e veículos de emergência estão autorizados a trafegar na Linha Verde. Ainda assim, mesmo que estes outros veículos possam circular, só o fato de as faixas priorizarem os coletivos já causa impactos positivos na rotina de quem utiliza o transporte público.
Mais pessoas transportadas e menos carros nas vias
Para ter uma noção do real impacto da implantação da faixa exclusiva na Terceira Ponte, basta analisar os números.
Em média, 1.092 ônibus do Sistema Transcol passam pela Linha Verde todos os dias, transportando, no total, mais de 80 mil passageiros, se considerarmos que cada coletivo tem capacidade para uma média de 70 pessoas. Já os carros transportam, em média, apenas 1,2 passageiros por viagem, aponta a NTU.
Isto é, os ônibus transportam mais pessoas que os carros. A capacidade de um ônibus equivale a de 40 carros, além do que os ônibus ocupam um espaço 20 vezes menor nas vias. Pense: são 40 carros a menos nas ruas e avenidas com o transporte coletivo sendo prioridade.
Redução do tempo de viagem
Agora imagine o impacto desses números na rotina do trabalhador ou qualquer outra pessoa que precisa enfrentar o trânsito todos os dias.
A faixa exclusiva contribui significativamente para a redução – em média, 40% – do tempo de viagem dos usuários do transporte público coletivo. Sem a interferência do tráfego regular, os ônibus podem se movimentar de maneira mais fluida, diminuindo os atrasos e garantindo que os passageiros cheguem ao seu destino mais rapidamente.
Isso não apenas melhora a experiência dos usuários, mas também incentiva mais pessoas a optarem pelo transporte público em vez de utilizar veículos particulares.
Do mesmo modo, as faixas exclusivas trazem um impacto positivo nos deslocamentos individuais, com menos congestionamentos e menos tempo no trânsito.
Estímulo ao uso sustentável
As faixas exclusivas para ônibus ainda desempenham um papel importante na promoção da sustentabilidade urbana, ao priorizar o transporte coletivo.
Com menos carros nas ruas, há diminuição da poluição do ar e do consumo de combustíveis fósseis, o que ajuda a combater as mudanças climáticas e a melhorar a qualidade de vida nas cidades.
Segurança viária
Outro aspecto crucial das faixas exclusivas é o aumento da segurança viária. Ao separar os ônibus do tráfego misto, reduz-se o risco de acidentes e colisões, garantindo um ambiente mais seguro para todos os usuários das vias urbanas, sejam eles motoristas, ciclistas ou pedestres.
Essa medida não apenas protege a vida e a integridade física das pessoas, mas também contribui para a construção de cidades mais humanas e acessíveis.
Viu só por que a faixa exclusiva para ônibus é… exclusiva? Então, aproveite as vantagens e #VáDeTranscol!
