Continuidade nos investimentos, em especial em novas tecnologias, e recuperação de demanda estão entre as expectativas para 2024 no Sistema Transcol
Mais um ano chega ao fim, e o sentimento que fica entre as empresas operadoras do Sistema Transcol é de dever cumprido com a sociedade capixaba. O respeito, a seriedade e o compromisso com o conforto é o que baseia a relação com os nossos clientes, e assim foi em 2023.
Não é à toa que as pessoas voltaram a utilizar o transporte público na Grande Vitória, após um longo período marcado pela redução drástica no número de passageiros, diante das medidas de isolamento social impostas pela pandemia da Covid-19. Aliás, o Sistema Transcol desponta como um dos maiores índices de retomada da demanda do setor no Brasil, no pós-pandemia.
“Acreditamos que isto se deve aos investimentos em qualidade, como renovação de frota, com implemento do sistema de ar-condicionado, ampliação dos postos de venda de passagens e implantação de novas tecnologias para facilitar a compra dos créditos para pagamento da tarifa, além da oferta de novas conexões entre linhas, facilitando, assim, o deslocamento dos clientes”, afirma o membro do comitê executivo do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), Anderson Lopes.
Olhar para o futuro
Agora, o momento é de olhar para frente. Planejar novas ações e aprimorar aquelas que deram certo ao longo do ano. Por isso, listamos parte do que as empresas do sistema esperam para 2024, incluindo previsão de investimentos, novas metas e objetivos. Confira:
Modernização e sustentabilidade
A chegada dos ônibus com motorização Euro 6 em 2023 é um ponto a se comemorar. Estes veículos emitem menos poluentes e são mais eficientes, se comparados aos ônibus convencionais, garante Anderson. “A expectativa para as próximas renovações é ampliar a frota com essa tecnologia, pois não exige aumento significativo de custos com investimentos e operação”, afirma.
As empresas também estão de olho nas pesquisas com o “diesel verde” no país, para abastecer a frota. O HVO (Hydrotreated Vegetable Oil), como é conhecido internacionalmente, reduz cerca de 70% as emissões de gases de efeito estufa, em relação ao diesel mineral (derivado do petróleo), e 15% em relação ao biodiesel. Isto é: reduzir os impactos ao meio ambiente está entre os principais objetivos das empresas do Transcol.
Sobre os ônibus elétricos, a posição é de cautela e continuidade nos testes. Na opinião do empresário, a recente experiência local com o Sistema Transcol e os testes nacionais nos mostram que ainda existem muitas incertezas com relação aos desafios tecnológicos, como autonomia, tempo de recarga, vantagens e desvantagens na operação e manutenção.
“Além de questões de infraestrutura incompatíveis para a implementação de estações de recarga, temos a instabilidade na rede de energia e dificuldade de financiamento, devido ao alto valor de aquisição (um elétrico vale quatro vezes mais do que um ônibus convencional). Acredita-se que este tema ainda tenha muito a evoluir, com pesquisadores já cogitando a possibilidade de ônibus elétricos movidos a hidrogênio, eliminando a necessidade de recarga ou bateria, o que é considerado o principal desafio dos veículos elétricos”, acrescenta Anderson.
Inovação também no pagamento da tarifa
Ooutra meta para 2024 é que mais pessoas utilizem as tecnologias para o pagamento da tarifa. E isso envolve, principalmente, maior adesão às recargas por aplicativos (Recarga Pay, Banestes, Pic Pay e Kim) e ao uso do QR Code no celular dentro do ônibus, que, diferente dos apps, dispensa a necessidade de ter o CartãoGV em mãos para liberar a roleta.
E por falar em eficiência no transporte público, as empresas são unânimes em afirmar: um transporte eficiente só se faz com esforço de todos os envolvidos. É aí que entra a parceria com o Governo do Estado, que deve continuar gerando bons frutos ao transporte público capixaba. Prova disso são os investimentos realizados no sistema e em projetos de mobilidade ao longo do ano pelo Executivo estadual, e que impactam positivamente na qualidade dos serviços de transporte público.
Entram nesse pacote, o subsídio aportado pelo Governo do Estado às empresas, sem o qual não seria possível ter uma tarifa razoável, nem realizar tantas melhorias; a implantação das pistas exclusivas para ônibus na Terceira Ponte; além de obras importantes já concluídas, como a Rotatória Argeu Alves Costa Neto, antiga Rotatória do Ó, e o Complexo Viário de Carapina, ambas na Serra; o Portal do Príncipe e a Rodovia das Paneleiras, em Vitória; e aquelas em andamento, como as Rodovias do Contorno e Carlos Lindenberg. Esta última, aliás, deverá contar com corredores exclusivos para ônibus, ligando o Terminal de Jardim América, em Cariacica, ao Terminal do Ibes, em Vila Velha.
Marco Regulatório
E já que um transporte público de qualidade se constrói com várias mãos, as empresas aguardam ansiosas pela aprovação do Projeto de Lei n° 3.278/2021, o Marco Legal do setor.
“O Marco Legal poderá ajudar significativamente o Sistema Transcol, pois visa atender aos anseios da população, com maior confiabilidade, rapidez, conforto e transparência em seus transportes, aliado a uma menor tarifa e simultaneamente, dar segurança jurídica às operadoras, para trabalharem com os contratos equilibrados financeiramente e, assim, poderem ofertar este serviço na forma desejada pela população, com maiores investimentos”, destaca o executivo.
Tendência é continuar a recuperar o número de passageiros
Enquanto o Marco Legal segue em tramitação no Congresso Nacional, as empresas operadoras projetam uma nova leva de investimentos no sistema para 2024. “Este é um reflexo do próprio aumento na demanda de passageiros verificado ao longo do ano”, comemora Anderson Lopes.
Sem sombra de dúvidas, é essa relação de confiança que temos com os nossos clientes que nos motiva a continuar trabalhando cada vez mais para melhorar a qualidade do Sistema Transcol. Que venha 2024!
