A expectativa é de que uma vacina capaz de imunizar a população chegue logo, e que o Sistema Transcol volte a crescer já no primeiro semestre do ano que vem
Se 2020 fosse definido em uma palavra, “superação” resumiria um ano tão atípico, marcado pela pandemia de uma doença desconhecida que matou mais de 170 mil brasileiros. Termos como lockdown, isolamento e distanciamento social passaram a fazer parte do vocabulário das pessoas. Comércio, escolas e espaços públicos foram fechados.
Trabalhadores com contratos suspensos, ou em regime home office. Transcol rodando mesmo com baixa demanda para atender os profissionais que não podiam parar, como os da saúde.
O impacto foi enorme em todos os setores. Seja econômico ou social. E no transporte coletivo não foi diferente. O ramo já enfrentava grave crise financeira provocada pela queda da demanda dos últimos anos, causada por fatores como desemprego, redução da velocidade média dos ônibus devido aos engarrafamentos, concorrência com os aplicativos de transporte, dentre outros.
No Brasil, de 1994 a 2013, houve perda de 25% do número de passageiros transportados. E de 2013 até 2018, outros 25%. Em um comparativo de 2020, até maio, os prejuízos somavam R$2,1 bilhões. Tais dados se fundamentam pelo fato do setor ter ofertado 50% de serviço com apenas 30% de demanda.
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Na Grande Vitória, entre 15 de março e 30 de setembro, a média de pessoas transportadas foi de 59% do total esperado (queda de 41%), enquanto as empresas ofertaram 90% do serviço. Nesse mesmo período, as perdas ficaram acima de R$ 132,5 milhões. Com isso, o sistema arrecadou apenas 65% da receita normal. Só não houve um colapso porque o governo forneceu combustível, o que atenuou a situação, evitando inclusive demissão em massa e paralização parcial do sistema.
Em paralelo à necessidade de manter a frota operante, as empresas investiram em equipamento de proteção individual; intensificaram a higienização dos veículos nas garagens e nos terminais; afastaram trabalhadores de risco; suspenderam alguns serviços de atendimento ao público e os cartões de estudantes. E, mesmo no período de pico da doença, rodaram todos os dias.
Além disso, as empresas e o governo implantaram um protocolo de segurança, com mais de 40 ações, que rendeu ao Sistema Transcol o Prêmio Destaque do Transporte, oferecido pela OTM Editora, promotora do prêmio Maiores do Transporte e Melhores do Transporte 2020, entregue no dia 24 de novembro, em São Paulo. O protocolo foi considerado um dos mais completos e vigorosos programas de apoio e sustentação ao transporte público do Brasil na pandemia.
Se de um lado teve pandemia, do outro houve violência. Apesar da queda no número de imagens de assaltos em coletivos encaminhadas para a polícia – redução de 7.41% se comparado a 2019 (1º de janeiro a 23 de novembro), o número de ônibus incendiados foi alto. Treze coletivos foram queimados por criminosos, contra três em 2019. Os prejuízos, que giram em torno de R$ 400 mil em média por veículo (valor de um novo), recaem em todo o sistema. Porém, em grande parte, são arcados pelas empresas proprietárias dos ônibus.
Tecnologia que veio para somar
Mas o transporte coletivo não viveu só de notícias ruins. Com a suspensão temporária do uso do dinheiro como meio de pagamento da tarifa, o CartãoGV ficou mais forte. “Hoje 100% dos pagamentos são feitos via cartão. Antes, eram 67%. Nós ampliamos a rede de parceiros, que deve crescer ainda mais em 2021. A aceitação pelos passageiros foi muito boa, tanto que já estão adaptados. O cartão torna as viagens mais seguras e mais rápidas, pois evita a necessidade de manuseio de dinheiro e troco”, ressalta Anderson Lopes, membro do comitê executivo do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória – GVBus.
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Além disso, o distanciamento social acelerou projetos que estavam em andamento, como a digitalização completa do sistema de cadastro e recadastro de estudantes, que passou a ser 100% digital, e a modernização do Serviço Mão na Roda, que ganhou um portal de agendamento e cadastramento online, e 96% da sua frota renovada.
Para Anderson, a chance de uma vacina contra o novo coronavírus já no primeiro semestre do ano que vem traz esperança. “O ano foi difícil, mas as empresas já se adaptaram aos protocolos, investiram em equipamentos e treinamento dos funcionários. E nós entendemos que aos poucos a demanda voltará a crescer. Nosso foco será reconquistar a confiança dos passageiros, mostrando que o ônibus é um local seguro. Para isso, continuamos aprimorando o nosso trabalho para modernizar ainda mais o Transcol, um serviço essencial e tão importante na vida dos capixabas. Estamos otimistas!”.
Principais ações
Combate à Covid-19: Criação de um protocolo de segurança com mais de 40 ações de combate ao coronavírus no transporte coletivo (Empresas e Governo). Tal feito foi considerado um dos mais completos do País e recebeu o Prêmio Destaque do Transporte (Maiores do Transporte e Melhores do Transporte 2020).
Nova frota e Mão na Roda digital: Entrega de 24 novos ônibus do Serviço Mão na Roda (96% da frota renovada) e implantação do portal de agendamento e habilitação 100% digitais, trazendo comodidade e redução do número de viagens perdidas.
Cadastramento de estudantes via internet: Modernização do sistema de cadastro e recadastro de estudantes, que passou a ser totalmente pela internet, agilizando o atendimento e reduzindo as filas.
CartãoGV mais forte e novos pontos de venda: Após decreto do Governo, o CartãoGV se tornou a única forma de pagamento nos ônibus durante a pandemia. Mais segurança para clientes e funcionários. Com isso, o cartão ficou mais forte e agora o GVBus conta com mais de 130 pontos de venda.
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